Goiás, 2 de junho de 2025
Conecte-se conosco

Diversidade

Estudo aponta que 9 em cada 10 denúncias de estupro são verdadeiras, mas maioria das vítimas não registra boletim

Fatores como medo, vergonha e revitimização contribuem para a subnotificação de casos de violência sexual no Brasil.

Foto: Pexels

Um estudo conduzido pelo psicólogo David Lisak, nos Estados Unidos, concluiu que 90% das denúncias de estupro são verdadeiras. Ainda assim, estima-se que apenas cerca de 36% das vítimas nos EUA relatem o crime à polícia. No Brasil, a taxa é semelhante: 35%, segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), cerca de 70% dos casos de violência sexual registrados no país ocorrem dentro de casa, praticados por pessoas conhecidas da vítima, como parentes e parceiros íntimos. Esse fator é um dos que mais contribuem para o silêncio, por envolver relações de dependência emocional ou financeira.

Outro obstáculo à denúncia é o receio de não ser acolhida pelas autoridades. Segundo organizações que atuam com apoio a vítimas, muitas mulheres relatam sentir-se descredibilizadas durante o atendimento policial ou jurídico, enfrentando perguntas invasivas que podem reforçar o trauma.

O trauma decorrente do estupro também pode afetar a capacidade da vítima de relatar os fatos com clareza. De acordo com a psicologia do trauma, falhas de memória, ausência de reação física durante o ataque e dificuldade para organizar o relato são respostas comuns, e não devem ser interpretadas como sinais de falsidade.

A legislação brasileira tipifica o estupro como crime hediondo, previsto no artigo 213 do Código Penal. A pena varia de 6 a 10 anos de reclusão, podendo ser aumentada em casos com agravantes.

Canais de denúncia:
Disque 100 | Ligue 180 | Polícia Militar – 190 | Delegacias | Conselho Tutelar | CRAS | CREAS

Clique para comentar

Envie seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

dez − 6 =