Diversidade
Juiz viveu 40 anos com identidade falsa para “renascer outra pessoa” e é diagnosticado com transtorno esquizoide
Aposentado foi diagnosticado com transtorno esquizoide e defesa tenta acordo com a Justiça paulista para evitar condenação

O juiz aposentado José Eduardo Franco dos Reis, que viveu mais de quatro décadas com uma identidade fictícia, pode escapar de um processo penal após ser diagnosticado com transtorno de personalidade esquizoide. A defesa entregou à Justiça de São Paulo um laudo médico detalhando o quadro psicológico do magistrado, que passou a se apresentar como Edward Wickfield após uma decepção pessoal aos 18 anos, em Boston.
Segundo o documento, o abandono por um amigo nos EUA resultou em trauma, fazendo-o recomeçar do zero no Brasil, com novo nome inspirado em personagens literários ingleses. Com essa identidade, Reis se formou em Direito, tornou-se juiz e seguiu carreira até a aposentadoria.
A fraude só veio à tona em 2024, quando tentou renovar o RG no Poupatempo da Sé, em São Paulo. O sistema detectou digitais duplicadas. O Ministério Público denunciou o caso por falsidade ideológica. A defesa pede acordo penal (ANPP), afirma que não houve prejuízo a terceiros e sustenta que a motivação foi emocional, e não criminosa.
O processo inclui testemunhos de desembargadores que atestam que ele não representa risco. O caso segue aguardando decisão da Justiça paulista.

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