Diversidade
Justiça reconhece união de trisal, mas relação terminou antes e gerou medida protetiva
Três homens oficializaram a relação em cartório, mas o vínculo acabou com denúncias por ameaças e violência

Divulgação
O trisal formado por Charles, João Pedro e Kaio, em Bauru (SP), oficializou uma união estável poliafetiva em cartório em 2023. A Justiça reconheceu esse registro em julho de 2025. No entanto, a relação já havia terminado em maio, antes da decisão da juíza ser proferida.
O fim do relacionamento foi marcado por conflitos. Kaio, o mais jovem do trio, solicitou e obteve uma medida protetiva após relatar ter sido ameaçado por Charles. De acordo com o processo, ele teve que deixar a cidade por segurança, após sofrer intimidações e pressões que também envolveram seus familiares.
A medida impõe distância mínima de 100 metros entre Charles e Kaio, além de proibir qualquer contato por redes sociais, telefone ou outros meios.
A Secretaria de Segurança Pública confirmou que os jovens denunciaram o ex-companheiro por ameaças. A ocorrência foi registrada por lesão corporal, violência doméstica e é investigada pela Delegacia da Mulher de Bauru.
A decisão judicial destacou que o registro em cartório tem valor como contrato privado e não como entidade familiar com os mesmos direitos da união monogâmica. A juíza defendeu o princípio da autonomia privada, previsto na Constituição, como fundamento da liberdade afetiva entre os indivíduos.

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