Pesquisa aponta possível ligação entre sêmen e melhora do humor feminino

Um estudo realizado por Gordon Gallup Jr. e colegas da Universidade Estadual de Nova Iorque em Albany (SUNY) apontou que mulheres universitárias que mantinham relações sem preservativo apresentavam níveis mais baixos de sintomas depressivos, segundo a escala Beck Depression Inventory (BDI), em comparação com aquelas que usavam preservativo regularmente ou eram sexualmente inativas . Os pesquisadores controlaram fatores como frequência de relações, uso de contraceptivos e estado de relacionamento, indicando que o uso de preservativos foi o fator que melhor explicou a variação nos índices de depressão.

Os autores sugerem que esse efeito pode ocorrer devido à absorção de substâncias presentes no sêmen — como oxitocina, serotonina, estrogênio e prostaglandinas — que entram na corrente sanguínea feminino pelas paredes vaginais e têm potencial influência sobre o estado de humor. No entanto, os cientistas enfatizam que o estudo detecta uma correlação, e não uma relação de causa e efeito, e reforçam que os preservativos continuam sendo essenciais para prevenir infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Especialistas advertiram que, embora os resultados sejam curiosos do ponto de vista científico, eles não podem ser interpretados como justificativa para abandonar a proteção nas relações. O estudo não recomenda deixar de usar preservativos, porque os riscos de gravidez indesejada ou transmissão de doenças são muito maiores do que eventuais benefícios emocionais. A pesquisa segue sendo tema de debate na comunidade científica, sobretudo quanto à ética e à interpretação dos resultados.