Goiás, 29 de julho de 2025
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Estudante de medicina que teve bolsa suspensa por ostentar em redes sociais teve viagens pagas por namorado, afirma defesa

Defesa diz que ela está sendo vítima de linchamento moral e contesta suspensão da bolsa por suposto descumprimento de critérios socioeconômicos.

A Justiça de Goiás manteve a suspensão da bolsa de estudos de uma estudante de medicina beneficiária do Programa Graduação, da Prefeitura de Anápolis, após a jovem publicar vídeos ostentando viagens nacionais e internacionais nas redes sociais. Segundo a decisão judicial, o estilo de vida demonstrado nas publicações não condizia com a renda declarada, correspondente a cerca de três salários mínimos.

De acordo com a defesa, a estudante está sendo vítima de um “linchamento moral” por ter viajado com a família do namorado, e não com recursos próprios. A advogada da jovem, que também é sua mãe, afirmou que não houve fraude, que a estudante é criada pelos avós e que todos os documentos comprobatórios foram ou serão apresentados no processo.

A Prefeitura de Anápolis informou que, diante de indícios de irregularidades no programa, suspendeu diversas bolsas, instaurou sindicância e montou uma comissão para reavaliar todos os benefícios concedidos. A UniEvangélica, onde a estudante estuda, ressaltou que os critérios de concessão são de responsabilidade do município.

O Ministério Público também se manifestou e deve abrir procedimento para apurar se houve irregularidade no preenchimento dos requisitos do programa. A Justiça determinou que a estudante comprove os critérios exigidos para a bolsa, sob pena de enquadramento por litigância de má-fé.

Nota da defesa
A defesa esclarece ainda que não há qualquer irregularidade na bolsa. Ela tem família humilde e é criada pelos avós desde muito nova. Além disso, ela presta serviços comunitários pra compensar a bolsa.

A estudante tem sofrido injusto linchamento moral nas redes sociais por ter tido o privilégio de viajar com a família de seu namorado, oportunidade que ela jamais teria por conta própria.

Tudo será devidamente comprovado documentalmente nos autos. É fundamental esclarecer que a decisão judicial não reconheceu fraude nem determinou a perda da bolsa.

Repudia-se veementemente o ódio e o linchamento virtual dirigidos à estudante, que buscará reparação na forma e tempo devidos.

Nota do Ministério Público
O promotor de Justiça Alberto Cachuba, em substituição na 11ª Promotoria de Justiça de Anápolis, informa que já tomou ciência da decisão e deve instaurar um procedimento administrativo para apurar se houve irregularidade no preenchimento dos requisitos para ingresso no programa por parte da referida estudante. Se for comprovada a irregularidade, serão tomadas as medidas judiciais cabíveis em relação a ela e/ou outros alunos que, porventura, tenham se inscrito no programa sem preencher os requisitos necessários.

Nota da Prefeitura de Anápolis
Assim que identificou indícios de irregularidades na concessão de bolsas do Programa Graduação, a Prefeitura de Anápolis instaurou sindicância e instituiu uma comissão especial para reavaliar todos os benefícios concedidos pela gestão anterior.

Sobre a recente decisão judicial que indeferiu, em caráter liminar, o pedido de concessão de bolsa, o Município reafirma o compromisso com a legalidade, a transparência e o uso responsável dos recursos públicos, adotando medidas para assegurar que programas sociais atendam, com justiça, aos critérios estabelecidos em lei.

Nota da UniEvangélica
A Universidade Evangélica de Goiás – UniEVANGÉLICA esclarece que os critérios de seleção e avaliação socioeconômica dos candidatos a bolsas no Programa GraduAção, do município de Anápolis, são de responsabilidade exclusiva do Poder Público, por meio da Lei nº 4.020, de 17 de junho de 2019.

As demais informações solicitadas referentes à estudante e sua vida acadêmica estão resguardadas pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

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