STF marca interrogatórios de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou os interrogatórios do primeiro núcleo da suposta tentativa de golpe de 2022 para a próxima semana. A partir de segunda-feira (9), oito réus serão ouvidos, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As oitivas acontecerão no plenário da Primeira Turma do STF.

A definição foi feita após o encerramento da audiência desta segunda-feira (2), quando o senador Rogério Marinho (PL-RN) foi ouvido como última testemunha. Bolsonaro acompanhou a sessão por videoconferência.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator, será o primeiro interrogado. Os demais réus, entre eles ex-ministros e militares de alta patente, serão ouvidos em ordem alfabética: Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e o próprio Bolsonaro.

Todos os interrogatórios serão presenciais, com exceção de Braga Netto, preso há mais de 160 dias no Rio de Janeiro. Ele participará remotamente. A defesa do general solicitou sua soltura, ainda sem decisão do relator.

O ministro Moraes esclareceu que os interrogatórios poderão se estender além do previsto, caso necessário. Ele também destacou que os réus têm o direito de responder ou se manter em silêncio, conforme a Constituição.

A Primeira Turma do STF aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) em março. O grupo é acusado de crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada e dano qualificado. As penas podem ultrapassar 40 anos de prisão.

O avanço da ação penal pode influenciar o cenário político de 2026. Bolsonaro foi declarado inelegível pelo TSE em 2023, e a possibilidade de condenação no STF intensifica discussões entre seus aliados sobre a antecipação da escolha de um novo candidato para a disputa presidencial.